77% das indústrias investiriam mais se a taxa básica caísse, revela CNI

Foto: Crédito: Getty Images/Blend Images

Uma Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados mostra o impacto direto dos juros elevados sobre a economia brasileira. Caso a taxa básica de juros caísse de forma mais expressiva, 77% das empresas industriais do país aumentariam seus investimentos nos próximos dois anos. O índice é idêntico entre pequenas, médias e grandes empresas, indicando que a redução dos juros impulsionaria o investimento e, consequentemente, o crescimento econômico em todos os segmentos. O levantamento ouviu 1.000 executivos industriais, com margem de erro de 3 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.

“A decisão do Copom de manter a Selic em 15% ao ano é mais um duro golpe na economia e na competitividade da indústria brasileira”, afirma Ricardo Alban, presidente da CNI.

Segundo ele, não há justificativa técnica para manter a Selic em um patamar tão elevado. Com expectativas de inflação nos próximos 12 meses (IPCA/IBGE) em 4,06%, o juro real chega a 10,5% ao ano, nível que inibe o investimento produtivo, afeta o consumo das famílias e penaliza especialmente as camadas de menor renda.

O estudo da CNI também revela a preocupação dos empresários com o Custo Brasil, conjunto de fatores que limitam a competitividade da economia frente a outros países. A taxa básica de juros é um dos principais componentes desse custo. Para 60% dos executivos industriais, reduzir o Custo Brasil deveria ser a principal prioridade do país — outros 18% colocam como segunda prioridade.

Ainda segundo a pesquisa, 81% dos industriais afirmam que o Custo Brasil eleva os preços finais ao consumidor. Desses, 55% acreditam que o aumento é muito significativo; 22%, razoável; e apenas 4% veem impacto pequeno.

“É esse o preço que toda a sociedade paga por uma política de juros equivocada”, reforça Alban. “Com os preços controlados e o investimento em queda, manter a Selic em 15% ao ano impede o Brasil de crescer. Não se trata apenas de prejudicar as empresas, mas de afetar milhões de brasileiros — sobretudo os de menor renda — que ficam sem acesso ao crédito e, portanto, sem capacidade de consumo.”

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